O perigo da ignorância política

Com muita frequência eu vejo pessoas dizendo “não gosto de política” ou “não me interesso por política”.Gostar ou não de algo, é um direito de todas as pessoas.Mas quando você não se interessa por algo, e mesmo assim atua naquele determinado meio, você se torna um fator de risco.Por quê?Porque você sempre vai fazer aquilo com desinteresse.

Veja na política.As pessoas vivem reclamando dos seus políticos;mas quem os elege?Com exceção dos deputados federais (veja o post “O golpe silencioso” para entender melhor),  são as próprias pessoas.As mesmas que vivem reclamando.

Portanto você caro leitor, que não gosta de política e vota de qualquer maneira, elegendo burros e palhaços, você também é um grande mal para a sua cidade, o seu estado e o seu país.Não gosta de votar?Vote nulo.Mas não faça a besteira de dar o seu voto para qualquer um.

É você,  eleitor desinteressado que vota por votar,  que contribui para o baixo nível da classe política.Mas uma vez,  é bom lembrar que ninguém é obrigado a gostar de política;mas pelo menos,  vote com mais consciência.

Porque são os votos inconscientes que elegem políticos inconsequentes.

O golpe silencioso

Nos acostumamos a acreditar que democracia é o sistema político onde o povo escolhe os seus representantes.A teoria diz isso, mas na prática nem sempre é assim.De fato leitor, você escolhe o seu senador, prefeito, governador e presidente através do seu voto.Mas para deputado federal, a coisa é diferente.Você realmente acha que escolhe os deputados federais que vão para Brasília?Doce ilusão.Nós só escolhemos 10% dos deputados federais.Vou explicar porque.

Vou dar um exemplo muito, muito simples.Digamos que um canditato Fulano do partido X precise de 1.000 votos para ser eleito; durante a eleição, ele recebe cerca de 10.000 votos, ou seja, dez vezes mais do que ele precisa.O candidato claro, é eleito; mas o que acontece com os outros votos, os que sobraram?É simples.

O partido daquele candidato usa aqueles votos que sobraram para eleger outros candidatos.Ou seja, o seu voto é usado para eleger um candidato que você não votou e nem conhece.Eles chamam isso de voto proporcional.

Cerca de 90% de todos os deputados federais são eleitos dessa maneira.Ou seja, é um sistema deturpado que coloca lá dentro a maioria dos deputados federais,estaduais e vereadores, não o povo.Isso é um golpe silencioso.Os políticos tiraram do povo o poder de escolher os seus representantes.Talvez seja por isso que eles são tão indiferentes a sociedade brasileira; parecem que vivem em um mundo paralelo, aonde nós estamos em ultimo lugar nas suas preocupações.

Por isso leitor, tome cuidado ao votar para deputado federal,estadual e vereador.Por via das dúvidas, vote nulo.Porque se você não tem como saber como o seu voto é usado, então é melhor não entregar ele para os ratos. 

A questão do aborto

O Supremo Tribunal Federal legalizou a interrupção da gravidez caso o feto seja anencéfalo.O caso abriu muitas discussões na sociedade brasileira(embora tecnicamente, isso não seja um aborto, pois um bebê totalmente  anencéfalo não possui condições de vida, e por isso não é correto se chamar “aborto”), e trouxe de volta um velho tema.

O que cada vez mais fica claro, é que a escolha do aborto é algo altamente particular.Os pais escolhem ou não, seja qual for o motivo.Aqueles que são contra, já possuem liberdade de não fazer, e aqueles que são a favor estão conseguindo os seus direitos(o que claro, irrita aqueles que são contra).

É interessante notar que este assunto está intimamente ligado com outro assunto, a questão da vida.Para os religiosos, ela começa quando o óvulo é fecundado;já na ciência, não há uma visão única.Para alguns ramos científicos, a vida também começa quando o óvulo é fecundado, para outros quando o feto desenvolve capacidades cerebrais, e para outros apenas quando ele sai da mãe.Essas diferentes visões sobre quando a vida começa influem diretamente na opinião sobre o aborto.

Mas como dito antes, essa questão é totalmente particular.O problema é que aqueles que são contra, não gostam que os outros tenham a liberdade de escolher; querem que a sua opinião, por um motivo ou outro, se imponha sobre as outras pessoas.Aqueles que são contra o aborto, colocam o feto em primeiro lugar, não importando as consequências para a gestora;aqueles que são a favor, colocam a mãe em primeiro lugar, entendendo que ela possui o direito da escolha.

Como no direito moderno, fetos possuem menos direitos que pessoas, a tendência é que a vontade da mãe prevaleça.

E no final das contas, será ela que vai escolher, sejam a favor ou sejam contra.

Tempos de intolerância

Estamos vivendo tempos interessantes e perigosos no Brasil.Grupos antagônicos estão se levantando uns contra os outros, protagonizando uma série de disputas jurídicas nunca antes vista no país.Vemos a nova esquerda, homossexuais e não-religiosos se juntando a uma esquerda mais antiga, socialistas e feministas.No lado da direita, tudo a mesma coisa:religiosos e militares.

Antigos inimigos, socialistas e militares da velha guarda estão reacendendo o furor da sua rivalidade, com as comissões da verdade.O pessoal da velha esquerda quer por abaixo a Lei da Anistia e trazer a luz fatos mal esclarecidos dos tempos da ditadura; os antigos militares são contra isso, pois sabem que, caso a Lei da Anistia seja revista, será a cabeça deles que vai rolar.

Na outra disputa, vemos homossexuais e não-religiosos se unindo para deter o avanço dos religiosos ultraconservadores no poder público.Com uma certa frequência, os religiosos estão usando a política para impor algumas das suas crenças a população.Porém, já estão surgindo várias denuncias contra alguns dos principais pastores neopentecostais, como Silas  Malafaia, Edir Macedo, R.R. Soares e Valdemiro Santiago.

Como resultado disso, vemos várias mensagens de desrespeito a todo tipo de pessoa, principalmente na internet.Precisamos ter cuidado para não deixar essas disputas fugirem ao controle.

A verdade mesmo, é que estamos vivendo em tempos de ampla intolerância e desrespeito de todos os lados.